Depois do ex-governador Jackson Barreto (MDB) ter retirado o apoio a Fábio Mitidieri (PSD) ao governo, o agrupamento governista, na tentativa de minimizar e estancar o efeito de debandada sobre o projeto político de seu candidato, tenta agora passar a mensagem de que a saída de Jackson foi benéfica para Mitidieri, de modo que teria deixado a chapa mais leve sem a antiga raposa política do estado.
A estratégia do grupo liderado por Belivaldo Chagas (PSD) em manter Laércio Oliveira (PP) como candidato ao Senado Federal visava atrair uma parcela dos votos do bolsonarismo em Sergipe, assim como ocupar um espaço já conquistado por Valmir de Francisquinho (PL) perante o eleitorado do estado: o potencial de votos advindo tanto dos lulistas, quanto dos bolsonaristas, considerada uma articulação atabalhoada da campanha de Fábio, que declara repetidamente votar em Lula (PT). O resultado são as baixas frequentes e a estagnação nas pesquisas de intenção de votos.
Segundo informações enviadas à redação da Realce, a coordenação de campanha de Fábio teria mobilizado as bases para divulgar conteúdos que transmitissem a ideia de que sem JB, Mitidieri de fato representa o novo, sem o cacique emedebista que possui histórico de corrupção, além de ser considerado por seus opositores o pior governador da história de Sergipe.
A busca de garantir a permanência de Laércio no grupo, de fato teve o intuito de chegar ao eleitorado direitista, embora Fábio, enquanto deputado federal, tenha sido autor de um PL que libera o uso da cannabis para fins específicos. Essa movimentação política, gerou um embaraço irreversível dentro da ala, que agora tenda juntar os cacos há pouco mais de dois meses do pleito eleitoral de 2022, com um adversário que lidera isolado todas as pesquisas de intenção de votos, Valmir de Francisquinho (PL).