Comediante há quase 15 anos, Osmar Silva, 28, se tornou a voz do povo sergipano ao dar
vida à personagem “Tia Jack”, caricatura do ex-governador Jackson Barreto.
Foi no Facebook que o artista começou a publicar vídeos que mais tarde se tornariam o trabalho da sua vida. Inicialmente, eram produzidos em forma de stand up e postados na página “Osmar Humor”. Na época, Osmar conta que levava tudo na brincadeira e “aumentava um ponto aqui, outro acolá, para sempre ficar mais engraçado”.
Após alguns anos de experiência e já com um canal no Youtube, o artista aproveitou a polêmica em torno da imagem do ex-governador Jackson Barreto para criar uma sátira “à sua imagem e semelhança”.
“No final do mandato de Jackson, o nome dele alcançou destaque nacional por conta da inauguração do Centro de Nefrologia inacabado. Naquele mesmo ano, também fizeram vídeos das estátuas gigantes da Ivo do Prado, que foram construídas enquanto a aposentadoria de funcionários estava atrasada e o ticket refeição da polícia militar havia sofrido um decréscimo. Foi nesse contexto que surgiu o personagem ‘Jackson Barreto no Palácio do Governo’”, explica Osmar.
Com o crescente sucesso dos vídeos, o comediante precisou reformular o nome do personagem a pedido do próprio ex-governador. “Foi aí que criei a Tia Jack, uma caricatura de Jackson que sempre abordou os mais diversos temas ligados à política sergipana”, afirma o artista.
O que começou como uma brincadeira, logo se transformou em um canal de denúncias da população. Ruas esburacadas, falta de água e até excesso de mosquito eram algumas das pautas recebidas pela Tia Jack, que fazia as críticas de forma leve e divertida.
Certa vez, ao se queixarem da falta de carro fumacê em Socorro, o comediante gravou um vídeo dizendo: “Alô seu prefeito? Aqui é a tia Jack! Rapaz, ouvi dizer que aí em Socorro tem muriçoca demais! Homi, Passe um carro fumacê, vá”. No dia seguinte, lá estava o carro circulando pelas ruas da cidade.
Embora exerça um serviço à população, Osmar já sofreu ameaças e até agressão física por conta do seu personagem. “Fui agredido, ameaçado de morte e, por diversas vezes, processado. Ganhei algumas causas, perdi outras, mas a maioria desses processos ocorreu porque eu não filtrava as denúncias. Então, acontecia de pessoas da oposição enviarem falsas queixas para manchar a imagem do político que exercia o mandato. Hoje em dia, sempre verifico a informação para evitar qualquer tipo de problema desnecessário”, ressalta.
Apesar dos desafios, o comediante diz estar contente por atuar na melhoria da qualidade de vida da população. “Me sinto muito grato pela confiança do público no meu trabalho. Durante os próximos anos, espero estar cada vez mais presente na política sergipana”, conclui.