Fábio Mitidieri (PSD) completa hoje exatos 100 dias no Governo do Estado e quase nada do que ele fez até agora como governador representou um único passo concreto para o cumprimento das promessas de campanha feitas no ano passado.
Nesse cenário, o que mais tem chamado a atenção é a continuação do modus operandi de Fábio, comparado ao seu antecessor, Belivaldo Chagas (PSD), principalmente, com professores, enfermeiros e os policiais. Assim como o ex-governador, Mitidieri tem apenas permanecido com as promessas, enquanto as categorias aguardam a tão esperada valorização dos profissionais no estado.
Um exemplo é o caso dos excedentes no concurso da polícia penal de Sergipe, que seguem até hoje, desde 2018, sem serem convocados, mesmo havendo decisões do STF e do TJ-SE assegurando para que isso aconteça.
As propostas de Mitidieri foram centralizadas em cinco desafios: Erradicar a pobreza extrema e a fome em Sergipe; Acelerar o Desenvolvimento Econômico e gerar emprego e renda para as pessoas; Assegurar o avanço das Políticas Públicas e a garantia dos direitos fundamentais; Assegurar o protagonismo e envolvimento das pessoas; e, Assegurar a eficácia, eficiência e efetividade da gestão estadual e a valorização dos servidores. E a Realce irá, a partir de agora, em seu site, acompanhar o andamento de cada promessa de campanha.
Após a posse, o governador manteve o discurso com as prioridades estabelecidas. Porém, na geração de emprego, por exemplo, ele ainda não divulgou nenhuma ação concreta. No estado, mais de 130 mil sergipanos encontram-se, neste momento, desempregados e quase meio milhão de trabalhadores estão subutilizados, conforme dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
E na educação a categoria já segue cobrando. Na última semana, professores reivindicaram uma gestão democrática com participação efetiva da comunidade escolar, garantia de vagas de matrícula na Educação Básica, melhoria na infraestrutura das escolas, concurso público, construção e estruturação de creches.
Na saúde, ele ainda não se pronunciou a respeito do piso da enfermagem e já adiou o programa Opera Sergipe, que tem o objetivo de zerar filas de cirurgias eletivas, previsto para fevereiro ou março, mas que agora tem data marcada para abril ou maio. Além disso, o governador também não se manifestou sobre a recuperação dos hospitais regionais e sobre o Hospital do Câncer de Sergipe, que as obras não saem do papel há 12 anos.
Na economia, Fábio aumentou em quase 5% a tarifa de água, sem apresentar propostas de melhorias para a Deso, apenas fala em PPP ou concessão. Ele também mascarou um aumento do ICMS, através da manobra de subir a alíquota para 22% e depois reduzir para 19%.
Por fim e não menos importante, além de todas essas áreas, ele iniciou o governo descumprindo a promessa de recriar uma Secretaria de Cultura. Esses são apenas alguns dos diversos pontos que estão sem ações concretas para melhorias, por parte da gestão do pessedista que, ao contrário do que prometeu, anda em passos lentos para ter um bom mandato.