Em 15 dias, quatro ataques a unidades de ensino horrorizaram o país. E, desde então, inúmeras postagens cultuando os massacres e seus autores foram identificadas por usuários das redes sociais e reportadas pela imprensa, porém, evidenciando uma certa dificuldade para constatar quais ameaças são reais ou falsas, já que todo ataque começa com um simples pensamento.
Em grupos de WhatsApp, pais e responsáveis de estudantes estão em estado de pânico e, principalmente, com insegurança, diante de denúncias falsas que circulam nas redes sociais para possíveis massacres. “Isso está acontecendo no país todo. Criaram um clima de terror, o pior é não saber quando é verdade ou quando é para criar pânico. Aqui em Brasília foi em várias escolas públicas e particulares. Minha amiga não deixou a filha ir para escola durante uma semana”, disse uma internauta.
Para identificar verdadeiros indícios, a dificuldade é que, além de ter uma atuação com limitação territorial, a polícia precisa de provas de que uma conduta na internet se encaixa em uma descrição de um crime para investigá-la – e muitas vezes ela não se encaixa em nenhum.
Além disso, outro fator que dificulta as ações policiais são os anúncios falsos, que aumentaram em todo o Brasil após os recentes casos, valendo-se das redes sociais como meio propagador de pânico.
Em Sergipe, por exemplo, um perfil disseminou nas redes sociais mensagens de ódio e a suposta data de um massacre que ocorreria em escola municipal da capital. Em Lagarto também circularam informações de um suposto atentado no município, o que logo fez uma das escolas tomar medidas de segurança. Nesse cenário, a imprensa é a principal ferramenta para averiguar a procedência das informações.
O Governo de Sergipe não deu informações novas se irá tomar ou não medidas mais rígidas nas escolas – a única declaração foi feita à Carta Capital, para a qual o Estado se mostrou contra medidas “linha-dura”. Enquanto isso a SSP anunciou um Grupo de Trabalho composto pelas Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal de Aracaju, com o auxílio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol). O objetivo é identificar e punir disseminadores de notícias falsas, além de coibir qualquer tipo de ameaça ao ambiente escolar.
Para não dificultar o trabalho da polícia, que conta com pouca estrutura, é necessário apoio total da população, que pode contribuir denunciando qualquer tipo de crime, inclusive os casos de ameaças a instituições de ensino, por meio do Disque-Denúncia 181. O sigilo é garantido.