Antes mesmo de iniciar os trabalhos, após ter sido instalada na última semana, a CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem sido um alvo constante de críticas da ala governista. Para o deputado federal por Sergipe, João Daniel, que integra a tropa de choque do PT na comissão, ela busca criminalizar injustamente o povo trabalhador.
Durante sessão para a apresentação do plano de trabalho nesta terça-feira, 23, o parlamentar petista, que faz parte do movimento, ainda fez analogia ao trabalho escravo, quando o homem branco, dono da Casa-Grande e proprietário de terras, governava as vidas dos seus servos, que eram incapazes de governar a si mesmos.
A casa-grande foi a residência do senhorio nas propriedades rurais do Brasil colônia a partir do século XVI. Tudo no engenho girava em torno dela, que era uma espécie de centro de organização social, política e econômica local. Enquanto que a Senzala era os alojamentos que confinavam os escravos, principalmente nos engenhos.
“Esta CPI tem apenas um objetivo: criminalizar o povo trabalhador. É a história da Casa Grande contra a senzala. É a história dos donos de escravos, que massacraram a história desse país. É a história daqueles que foram financiados ou são apoiados e usados pelos grandes desmatadores e pela grilagem de terra”, frisou o petista.
A declaração foi feita em relação ao fato da CPI ser composta, em sua maioria, por deputados ruralistas, ligados à Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
Ao longo de sua realização, a CPI do MST deve chamar membros do governo federal e dos Sem Terra. O plano de trabalho afirma que pretende encontrar eventuais financiadores e articuladores de invasões promovidas pelo MST.