A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar as invasões do dia 8 de janeiro promete ser um duelo de grandes proporções entre os dezesseis deputados e dezesseis senadores, que iniciaram os trabalhos na última quinta-feira, 25, além dos demais parlamentares.
De um lado, os legisladores governistas vão tentar demonstrar que os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram uma etapa de um plano golpista armado por Jair Bolsonaro (PL) contra a democracia. Inclusive, um dos membros, o senador sergipano Rogério Carvalho (PT) já garantiu que irá convocar o ex-presidente para prestar esclarecimentos na comissão, além de outros nomes da antiga gestão.
Já os oposicionistas buscam ressalvar que o acontecimento contou com a participação de apoiadores radicais do ex-presidente, no entanto, frisando que a destruição dos prédios públicos teria sido estimulada pelo próprio Planalto e executada por militantes petistas infiltrados, versão que, por enquanto, não encontra nenhum respaldo em fatos.
Enquanto que a versão dos governistas, apesar de ainda carecer de comprovação, possui mais chances de ser a verdadeira, considerando todas as circunstâncias que antecederam os ataques- detalhes que a Realce trará durante essa semana.
Nessa conjuntura, o desafio da comissão será esclarecer se os atos de vandalismo representaram apenas uma manifestação com excesso de força de eleitores descontentes ou se havia, de fato, um plano golpista oculto. Vale lembrar, neste caso, que além dos parlamentares, a Polícia Federal também trabalha tentando montar o organograma da cadeia de responsabilidade pela invasão e depredação.