Uma leitora da Realce e profissional da enfermagem, que não quis ser identificada, trouxe à tona, em relato para a revista, um caso alarmante relacionado aos vínculos empregatícios de servidores da saúde em Sergipe, levantando sérias preocupações sobre a transparência e a integridade na gestão dos recursos enviados para o pagamento do piso salarial da categoria.
O centro da denúncia consiste na solicitação do Ministério da Saúde aos gestores locais para atualizar o sistema do INVEST SUS, que calcula os repasses a serem feitos aos servidores na área da saúde.
O sistema foi alimentado com as informações, no entanto, o que chamou a atenção foi a descoberta de funcionários com três, quatro e até mesmo sete vínculos empregatícios, sendo que muitos deles nunca exerceram efetivamente as funções listadas.
O mais surpreendente dessa revelação é que os próprios funcionários só tomaram conhecimento dessas irregularidades por meio de fontes externas, já que não foram orientados de imediato a procurar a secretaria de saúde para ajustar suas situações.
“Demais isso. Estamos sendo usados”, diz um relato enviado para a Realce. “Isso tudo é uma armação desse governo do amor para ganhar mas tempo pra não pagar esse bendito piso! Humilhação da gota, sempre é uma coisa pra não pagar”, acrescentou mais um. “Eles colocaram esses vínculos aí para alguém receber no lugar de vocês apenas, porque no salário da gente não entra”, disse outro.
As denúncias levantam questões sobre a intenção dos gestores em registrar tantos vínculos empregatícios em cada CPF, ainda mais diante das demais polêmicas envolvendo o pagamento do piso em Sergipe, onde o governador Fábio Mitidieri (PSD) foi alvo de críticas após afirmar que ele será destinado apenas aos servidores com 44 horas