Com o objetivo de assumir o protagonismo em Sergipe, para voltar a ditar as políticas públicas, deixando de ser um mero coadjuvante, o PT corre contra o tempo e mira nas eleições 2024 uma oportunidade única para concretizar esse objetivo, principalmente, na capital sergipana, maior colégio eleitoral do estado, onde obteve apoio de 120.790 eleitores no segundo turno do pleito de 2022.
Para isso, em sua última plenária realizada em Aracaju no mês de outubro, o diretório estadual do partido definiu diretrizes para a disputa do próximo ano, dentre elas, a de que a sigla terá uma candidatura própria na capital, e que permanecerá com uma oposição ferrenha ao governo do Estado, diante do seu modelo privatista e em respeito aos votos das últimas eleições.
No entanto, o partido esbarra no projeto político e individualista do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macedo que, junto de Eliane Aquino, abandonou o projeto do PT para se aliar ao governador Fábio Mitidieri (PSD) de olho em 2026.
Agora, com o PT quase definindo o nome para a disputa de 2024 em Aracaju, seja com Candisse Carvalho ou a própria Eliane, impulsionado pelas intensas movimentações da jornalista na capital, o ministro tenta deslegitimizar a autonomia do diretório estadual do partido, afirmando que cabe à executiva nacional petista as deliberações para 2024.
No entanto, a militância está dando uma resposta contra os abusos de Márcio que iniciaram desde a vinda do presidente Lula a Sergipe, em Maruim, no mês de fevereiro, quando ficou explícita sua relação de proximidade com os governistas, após priorizá-los no palanque, deixando de lado os movimentos populares e lideranças de esquerda.
O desejo da militância é que o partido se mantenha na oposição e, com uma candidatura própria na capital, retome seu protagonismo no estado, como vem tentando desde 2020, quando o próprio Márcio teve o apoio dela e obteve 25.070 votos na capital, bem como Eliane em 2022, com 28.285.