A falta de representatividade negra segue permeando na política, na qual há anos pessoas brancas são a grande maioria nos sistemas de poder, seja no Executivo, Legislativo e até mesmo no Judiciário. Em Sergipe, essa discriminação racial fica cada vez mais evidente, atualmente, principalmente após o anúncio do novo secretariado do governador eleito Fábio Mitidieri (PSD), nesta terça-feira, 20.
Dos 19 nomes anunciados, todos são brancos, mantendo a hegemonia da branquitude entre os chefes do 1° escalão do governo sucessor de Belivaldo Chagas (PSD). A decisão, no entanto, logo foi alvo de críticas da população negra, que questiona a falta de representatividade na gestão.
O professor Ronaldo, de Umbaúba, por exemplo, frisou: “nenhum negro no secretariado”. À Realce, ele ainda citou a importância de levar em consideração a pluralidade cultural do país no momento da escolha dos nomes políticos. “Nós fazemos parte de um país em que a maioria da população é de origem negra. Nossas raízes e colonização passa pela África e um país que busca Igualdade na Diversidade deve levar em consideração nossa pluralidade cultural”, disse.
No estado, segundo o IBGE, em 2019, 79,7% população se declarava como negra. Destes, 71,5% são declarados como pardos e 8,2% são pretos.
Outro internauta da Realce lembrou: “Governo de brancos e com as mesmas caras do governo de Belinho. Representatividade preta nenhuma”. No twitter, uma usuária fez o mesmo questionamento. “Não tem um negro nas secretarias de Fábio Mitidieri, não tem um”, disse.
Assim, no estado, onde a maioria da população é negra, mas que é dominado pelo racismo estrutural, não surpreende que a desigualdade étnica-social também se reflita no mais alto escalação do governo.