Deixando claro o imbróglio que vem sendo especulado nos bastidores, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT) segue sendo o antagonista nas medidas tomadas pelo próprio partido. Desta vez, o petista estaria articulando contra a ex-secretária de Agricultura Rose Rodrigues, que foi convidada pelo presidente Lula (PT) para assumir o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Apesar disso, a advogada petista, que recebeu o aval do deputado federal João Daniel (PT) e do senador Rogério Carvalho (PT), deve ser nomeada nos próximos dias após sair vencedora da disputa interna com o ministro, que tentou impedi-la a todo custo de assumir a presidência da autarquia.
As informações dão conta que ele articulou com uma base ligada ao PSD e ao governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, em Brasília, utilizando-se, mais uma vez, de aliados que trabalharam contra Lula e contra os interesses das classes trabalhadoras nas últimas eleições.
O objetivo do ex-deputado foi enfraquecer a ala do PT aliada aos movimentos sociais e sindicais mais sérios que lutaram contra o bolsonarismo e que pretende se manter na oposição ao grupo comandado hoje por Mitidieri no estado.
Nessa conjuntura, segundo uma fonte da Realce, que não quis se identificar, Márcio também articulou para que Rogério não conseguisse chegar à Primeira-Secretária do Senado, escancarando sua ganância que rompe os limites institucionais e prejudica o PT e os próprios companheiros de partido.
Logo, por mais que o atual ministro negue veementemente, o jogo de interesses envolvido nas suas posições já é senso comum entre os espectadores da política sergipana. Exemplo disso são seus constantes afagos ao bloco governista, que podem, inclusive, prejudicá-lo e se transformarem em um tiro pela culatra, já que Márcio ocupa um cargo comissionado, passivo de instabilidade e com possibilidade de exoneração a qualquer momento, enquanto seus correligionários, como João e Rogério estão eleitos para mandatos eletivos por quatro anos.