Após vir à tona uma possível articulação por trás das cortinas do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macedo (PT), contra a militância petista, que gerou uma extrema repercussão negativa, a equipe do ex-deputado ameaçou a revista Realce por ter veiculado as informações, que foram divulgadas após apuração precisa em Brasília e forte circulação entre movimentos sociais e sindicais. Além disso, o petista e seus assessores também teriam buscado desmoralizar o veículo, uma conhecida tática facista de descredibilizar a fonte quando não se pode combater o argumento.
A Realce teve acesso a diversos prints de conversas e áudios que comprovam o abuso de poder político por parte de Márcio usando instituições federais para ameaçar e coagir o veículo, atrapalhando o livre exercício da imprensa; além de terem usado de poder político também com militantes do Partido dos Trabalhadores. Posteriormente, a revista trará todos os detalhes em reportagens especiais que deverão repercutir nacionalmente pela gravidade dos fatos.
O veículo atribuiu, em publicação desta quinta-feira, 23, o recuo na nomeação da sergipana e militante do MST, Rose Rodrigues, para o comando do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ao ministro. Após isso, o assessor de imprensa de Márcio, Yuri Darlon, afirmou: “é fake news e a resposta será judicial”.
No entanto, conforme apurado pela Realce em Brasília, Márcio articulou com uma base ligada ao PSD e Mitidieri na capital federal, utilizando-se mais uma vez de aliados, que trabalharam contra Lula e contra os interesses das classes trabalhadoras nas eleições passadas, para que Rose não fosse nomeada.
A atitude logo desagradou ao PT sergipano, que não pretende deixar barato o recuo no nome da advogada para o comando da autarquia. Segundo o jornalista Wendal Carmo, da Carta Capital, o tom será forte e coeso. E mira um alvo: o próprio ministro; que, de forma nada despretensiosa, colocou seus interesses em primeiro plano, desrespeitando aos militantes da sigla e dos movimentos que buscam retomar a reforma agrária.
Inclusive, em nota conjunta, mais de 30 entidades, entre elas a Central Única dos Trabalhadores e o Movimento Negro Unificado, manifestaram apoio à indicação da sergipana para tentar barrar a suposta interferência do ministro.
A revista também foi contatada por entidades nacionais de jornalistas, que prestaram apoio após o ocorrido, que feriu a integridade dos profissionais de imprensa do veículo, que são, inclusive, sindicalizados pelo SINAJ (DRT 1691/SE; DRT 6883/BA).