Um clima de estranhamento prevaleceu nos bastidores dos governistas nos últimos dias, principalmente, entre o governador Fábio Mitidieri (PSD) e André Moura, após o presidente do UB em Sergipe fazer movimentações políticas que contrariam o posicionamento do grupo liderado pelo pessedista. A Realce trará todos os capítulos nos próximos dias.
A informação é de que Fábio estaria insatisfeito com a declaração de André sobre o posicionamento do União Brasil em Nossa Senhora do Socorro, onde afirma que o partido apoiará o ex-deputado Fábio Henrique (UB) na disputa à prefeitura do município nas eleições 2024. A decisão foi tomada mesmo sendo sabido que Mitidieri apoiará o grupo do atual prefeito Padre Inaldo (PP) ou de Dr. Samuel Carvalho (Cidadania), com os quais caminhou junto no pleito do ano passado.
Após os posicionamentos, o governador fez duras críticas, em parte indiretas, à André que, segundo ele, está fazendo carreira solo. Fábio, claramente irritado, ainda afirmou: “não vou admitir divisão no grupo em municípios importantes para a reeleição”, claramente focado em 2026, já que tem ciência que sua votação foi conquistada numa ‘operação’ jamais vista na história de Sergipe.
A declaração de Mitidieri, neste sentido, demonstra preocupação, considerando que perdeu em 48 municípios e venceu a disputa ao Governo do Estado de maneira expressiva apenas em Aracaju, movido pelo movimento anti-Valmir, criado pelos bolsonaristas. Tais fatos tornam claro que FM está receoso com as eleições de 2024, que poderá servir de termômetro para 2026.
Essa linha de raciocínio se fortalece diante da impressionante capacidade de articulação de Alberto Macêdo (MDB) em Barra dos Coqueiros que deverá reverter facilmente o atual cenário local e conseguir a reeleição; Marcos Santana (MDB) que também sem dificuldades fará sucessor e, em Aracaju, Emília Corrêa (Patriota) que tem chances reais de vencer ainda no primeiro turno. Já em Nossa Senhora do Socorro o apoio de André a FH, diante de sua força de articulação, pode dar a eleição ao agrupamento do ex-deputado, que é ligado a Rogério Carvalho (PT), opositor de Mitidieri, que perdeu por uma diferença de apenas 3,4% nas últimas eleições e que está claramente mais forte do que entrou no pleito de 2022.