Na corrida eleitoral, prefeitos se encontram imersos em uma luta contra o tempo para melhorar a percepção de suas gestões, buscando assegurar tanto suas próprias reeleições como o sucesso de potenciais sucessores. Esta estratégia reflete a premissa de Maquiavel de que o poder político está intrinsecamente ligado à habilidade de controlar a percepção pública. Além disso, ressoa as ideias de Sun Tzu sobre a importância de uma estratégia sólida para alcançar vantagem competitiva no campo de batalha.
O desafio de obter uma reeleição bem-sucedida envolve uma complexa trama de estratégias e escolhas políticas cruciais. Em um ambiente democrático, a avaliação da gestão emerge como um poderoso cabo eleitoral. Ela não apenas influencia a opinião dos eleitores, mas também molda a imagem do gestor na esfera pública e midiática.
Por isso, prefeitos, especialmente em fases avançadas de seus mandatos, concentram esforços em impulsionar avaliações positivas de suas administrações. Uma gestão bem avaliada gera confiança na população, fornecendo uma base sólida para a busca da reeleição ou para o apoio a um sucessor do mesmo espectro político.
A construção dessa imagem favorável requer priorização de obras e serviços que atendam às necessidades da comunidade. Setores como educação, saúde, infraestrutura e saneamento emergem como focos, pois têm impacto direto, especialmente em áreas densamente povoadas.
Além disso, atrair líderes políticos para a localidade e alocar recursos para preencher lacunas nas necessidades básicas da população são táticas que contribuem para a construção de uma base eleitoral robusta, transformando-se em um trunfo valioso para conquistar apoio popular.
Assim, a avaliação da gestão se converte em um cabo eleitoral poderoso, capaz de determinar a reeleição do incumbente ou fortalecer um possível sucessor. Quando a administração é percebida como eficaz e atenta às demandas populares, as chances de permanência no poder são substanciais. O reverso dessa moeda é a avaliação negativa, que se converte em um impulso eleitoral para os opositores. Quando os eleitores se encontram insatisfeitos com o governo atual, a busca por mudança ganha ímpeto.
Um exemplo notável é o caso do prefeito de Itabaiana, Adailton Sousa (PL), cuja avaliação positiva o coloca no caminho da reeleição ou do fortalecimento de um potencial sucessor.
Por outro lado, em Aracaju, o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) enfrenta uma considerável rejeição pública, alvo de críticas recorrentes. Concomitantemente, ganha força um movimento popular em torno da vereadora Emília Corrêa (Patriota), simbolizando a promessa de mudança para a maioria dos eleitores na cidade. Nesse sentido, a análise da percepção pública e a adoção de estratégias políticas, inspiradas nas reflexões de Maquiavel e Sun Tzu, emergem como fatores cruciais no campo da política eleitoral contemporânea.