Diversas autoridades do país teceram duras críticas e veículos nacionais de comunicação repercutiram o desfecho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Americanas, que foi presidida pelo deputado federal de Sergipe, Gustinho Ribeiro (Republicanos). A mais recente delas foi a do ex-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT).
A CPI, que recentemente concluiu seus trabalhos, não recomendou o indiciamento de nenhum indivíduo em relação ao rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões na varejista, um incidente que desencadeou a maior crise na história da empresa, com 150 mil acionistas com patrimônio pulverizado, cerca de 10 mil fornecedores em falência, e quase 40 mil funcionários sem emprego, segundo Ciro.
O parecer, que se estende por mais de 350 páginas, foi aprovado com uma votação de 18 a favor e oito contrários.
Ciro destacou o fato de que a CPI identificou uma série de crimes em seu relatório final, incluindo estelionato, formação de quadrilha, falsificação de documentos, falsidade ideológica e uma ampla gama de violações do Código Penal.
No entanto, a ausência de responsabilização de indivíduos suscitou seu questionamento sobre a possibilidade de suborno envolvendo membros do colegiado. “É a primeira vez da história da delinquência mundial que nós temos crimes sem criminosos”, disparou.
Nos bastidores do poder em Brasília, essa possibilidade é tida como certa. Um dos membros da Comissão, João Carlos Bacelar (PL/BA), acusa Gustinho de proteger os controladores das Lojas Americanas durante os procedimentos da CPI. Ele também solicitou a abertura de uma “CPI da CPI” para investigar as decisões tomadas pela comissão presidida pelo sergipano.