Nas últimas semanas, o cenário político de Sergipe tem sido marcado por intensos debates nos bastidores, centrados na iminente perda de comando dos Valadares no diretório estadual do PSB. Uma história política rica, repleta de mandatos atuantes e destacados desempenhos eleitorais, parece agora ser tratada com valor irrisório em um jogo que negligencia o legado construído ao longo de décadas.
O ex-governador Antonio Carlos Valadares, com mais de 50 anos de vida pública, incluindo 23 anos no Senado, por exemplo, foi senador e líder da bancada do PSB em diferentes períodos de seus três mandatos. Sua presença foi marcada por relevância, comandando importantes comissões e contribuindo significativamente para o cenário político nacional.
A iminente mudança no comando do PSB de Sergipe, com o aval da direção nacional, é vista pelo ex-senador como um desrespeito à história e à importância das lideranças do partido. Em uma nota, ele afirma que tal acordo não representa um troféu político, mas sim uma tentativa de reduzir o partido a um apêndice sem influência real, em meio a diversas siglas que buscam o poder por vantagens e influência.
“Os votos que Valadares Filho teve para o Senado serviram para demonstrar que o PSB de Sergipe está vivo, ficando em 2º lugar entre 4 fortes candidatos”, ressalta Valadares ainda na mesma nota, destacando a expressiva votação de Valadares Filho em eleições anteriores, que mostram sua relevância no partido.
O ex-deputado consolidou sua presença política ao longo dos anos. Em diversas disputas, ele obteve expressivas votações, mostrando-se como uma figura influente no cenário político sergipano. No entanto, a tentativa de retirá-lo da presidência do PSB é vista como uma estratégia para diminuir seu papel.
Em 2014, Valadares Filho conquistou a eleição como deputado federal pelo PSB com 68.199 votos. Dois anos depois, em 2016, protagonizou uma acirrada disputa como candidato a prefeito de Aracaju contra Edvaldo Nogueira (PDT), obtendo 134.435 votos.
Em 2018, Valadares Filho alcançou o segundo turno na corrida pelo Governo de Sergipe, angariando 370.161 votos, mas ficando a poucos passos da vitória contra Belivaldo Chagas (PSD).
No ano de 2020, ele se uniu a Danielle Garcia (Podemos) como vice na corrida pela prefeitura de Aracaju, obtendo um sólido apoio popular com 109.864 votos.
No ano passado, na acirrada disputa pelo Senado em Sergipe, o ex-parlamentar se destacou como o segundo candidato mais votado, acumulando expressivos 267.756 votos. Sua performance o colocou à frente de figuras como Eduardo Amorim (PL), Danielle Garcia, Henri Clay (PSOL) e outros, solidificando ainda mais seu capital político.
Em todas essas disputas eleitorais, Valadares Filho enfrentou diretamente nomes ligados aos governistas. Agora, esses mesmos setores buscam assumir o controle do PSB, numa tentativa que visa ampliar a base do governo, relegando-o de presidente para vice-presidente, apesar da significativa história que construiu no partido.
