Por Fernanda Souto
Antes que os internautas crucifiquem a esposa de Placa (PT), é importante e necessário lembrar que ela é a maior vítima dessa história e pode novamente estar sendo, por supostamente ter sido coagida e orientada para gravar um vídeo em defesa do marido, o presidente da Câmara Municipal de Cristinápolis.
Além disso, mulheres que se encontram em situações de violência muitas vezes enfrentam uma complexa dinâmica emocional, podendo permanecer inertes e, por vezes, sem reconhecerem que estão sendo violentadas, especialmente quando ocupam a posição de esposa. Fatores como o vínculo afetivo, a dependência financeira, o medo das consequências sociais e o estigma associado ao rompimento matrimonial podem contribuir para a manutenção desse ciclo.
Em um vídeo divulgado ontem, 28, nas redes sociais, o casal se manifestou sobre as imagens que causaram grande repercussão no estado. Nelas, o parlamentar é flagrado agredindo a própria esposa durante uma confraternização da Câmara Municipal.
“As imagens mostram um vídeo de emoções, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, inclusive, tudo o que deveria ser feito, já foi feito. A justiça já tomou o pé da coisa. Eu estou à disposição, já conversei com a delegada. E a gente também vai provar que não houve agressão, porque ali foi um momento de explosão, todo mundo tentando conter um ao outro”, disse Taylina Santos.
O vereador Placa também negou que houve agressão e afirmou, assim como Taylina, que está sendo alvo de perseguição política, para difamá-lo. No entanto, as imagens são claras e mostram nitidamente o parlamentar desferindo vários socos contra sua esposa, o que se configura como violência contra a mulher.
A Lei Maria da Penha identifica cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. Essas formas de agressão, muitas vezes interligadas, são complexas e causam sérias consequências. É fundamental denunciar qualquer uma delas, pois representam violações aos direitos humanos.
A conscientização sobre os diversos tipos de agressão e a promoção de espaços seguros para o diálogo são cruciais para encorajar mulheres a identificar, denunciar e buscar ajuda em situações como essa, proporcionando um caminho para a reconstrução e a proteção dos seus direitos fundamentais.
A Realce procurou o PT municipal de Cristinápolis para esclarecimentos sobre as medidas que serão tomadas em relação ao vereador. Em nota, o diretório afirma que optou por comunicar o afastamento temporário de suas funções como filiado, destacando que o presidente da Câmara não representa a sigla nessa posição. Além disso, foi comunicado o pedido de suspensão permanente de suas funções e solicitada à Comissão de Ética Estadual a abertura de um processo disciplinar visando a expulsão do parlamentar.