O comportamento de aliados do governo, nos últimos dias, tem se tornado constrangedor. A máquina trabalha a todo vapor para impedir que o cenário de 2022 seja repetido, quando, se não fosse o absurdo abuso de poderes político e econômico, Fábio Mitidieri (PSD) não teria alcançado nem o segundo turno.
De acordo com os estudos da base e de quaisquer outros grupos, Emília Corrêa (PRD) deverá avançar para o segundo turno. Para destrurir a vereadora, a articulação obteve diversas fases já abordadas na Realce, com o grupo obtendo várias candidaturas para emplacar dois nomes para o embate final do pleito. No entanto, essa estratégia não levou em conta que o PT também conseguiria emplacar um de seus quadros, já que as amarrações de Márcio Macedo (PT) e Eliane Aquino (PT) garantiam levar a sigla para a base do governo, para novamente ser um mero coadjuvante no processo eleitoral.
Quando o PT indicou Candisse Carvalho, movimentos populares e sociais, enxergando nela a única esperança de tirar o atual grupo do poder na capital, destacaram o nome da jornalista, cuja pré-candidatura tem nitidamente crescido. Diante desse impulso, a máquina dos governos municipais e estadual estão em claro desespero, revivendo o cenário de 2022, com um candidato de direita e outro de esquerda despontando como favoritos, enquanto o bloco ficou em terceiro lugar, com o fiasco de Mitidieri.
Com essa reviravolta, Candisse se tornou o principal alvo dos governistas, que usa todo seu poderio midiático para confundir a militância petista e o eleitorado lulista. Concentrando seus ataques na jornalista, o grupo intensifica uma campanha para deslegitimá-la como pré-candidata, retratando-a como uma novata sem experiência política, apesar de sua trajetória em diversas funções políticas em eleições anteriores, incluindo coordenadora de campanha, comunicadora e assessora de imprensa, além de participação no mandato de Rogério, provar o contrário.
Uma das estratégias adotadas pelos governistas é comparar Candisse com a advogada Niully Campos, também pré-candidata a prefeita, com o objetivo de criar rivalidade e dividir os votos da esquerda.
Outra tática mirou numa narrativa machista. Os governistas tentaram disseminar a ideia de que membros do PT estariam inclinados a apoiar Rogério Carvalho (PT) devido à sua experiência eleitoral, enquanto Candisse é retratada como inexperiente, numa clara tentativa misógina de minar o apoio feminino à sua candidatura à prefeitura de Aracaju.
No entanto, Candisse tem surpreendido, conquistando amplo apoio da militância e da população, e consolidando-se como o único nome de esquerda que tem respaldo para chegar ao segundo turno, e representando uma grande ameaça para os governistas, que novamente veem se esvair as chances de permanecerem no poder.
Assim como em 2022, para o sistema, chegou o momento do vale tudo por dinheiro e a Realce, mais uma vez, estará aqui, nobre leitor, para trazer o contraponto da máquina que busca ter total domínio sobre o estado.