O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Rádio, Televisão Aberta, por assinatura e Publicidade do Estado de Sergipe e a Federação Nacional dos Radialistas emitiram uma nota pública repudiando a quebra de sigilo telemático e telefônico da jornalista Gleice Queiroz, que expôs sua situação na última terça-feira, 20.
De acordo com as entidades, a quebra de sigilo contra Queiroz representa uma intervenção estatal na esfera da liberdade individual e privada do profissional da comunicação. ”Tal medida é veementemente rejeitada pela categoria dos Radialistas, tanto em âmbito nacional quanto estadual, por configurar um ataque direto à liberdade individual e ao livre exercício profissional”, diz um trecho da nota.
Gleice, conhecida por seu jornalismo independente e investigativo, vem sendo alvo de uma operação da Polícia Civil sob acusação de suposta apropriação indevida de dois aparelhos eletrônicos da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC), onde atuou como diretora de comunicação.
O pedido de acesso e extração irrestrito aos dados e conteúdos armazenados nos aparelhos da jornalista foi classificado como uma “ilegalidade” pela defesa de Gleice, pois inclui todas as conversas envolvendo ela e suas fontes. Esse ato é visto como uma violação grave do direito constitucional ao sigilo da fonte e ao livre exercício da profissão, estabelecido no artigo 5º da Constituição.
Em meio a essa situação e à repercussão do caso, as entidades exigem o respeito irrestrito ao sigilo da fonte no exercício de suas atividades profissionais, conforme preconizado pela legislação vigente, pelas convenções internacionais das quais o Brasil é signatário e pelos princípios democráticos que regem o país.