Para a população e para a imprensa, a imagem de união do sistemão é vendida como uma estratégia para fortalecer o grupo governista nas eleições de 2024. No entanto, nos bastidores, como já abordado pela Realce, uma guerra de interesses e conflitos ameaça minar essa suposta harmonia.
Embora publicamente demonstrem coesão, principalmente o governador Fábio Mitidieri (PSD) e o ex-deputado federal André Moura (UB) enfrentam disputas internas e tensões. O chefe do Executivo Estadual, buscando garantir uma reeleição tranquila em 2026, enfrenta a resistência de Moura, que, com maior capital político no estado e o mesmo modus operandi, ameaça sua governabilidade e sua liderança no grupo.
Para amenizar os conflitos e evitar um rompimento prejudicial, em que Mitidieri seria o mais lesado, a justificativa é que o grupo trabalhe para colocar dois nomes no segundo turno- situação absolutamente improvável. No entanto, o jogo nos bastidores revela que as alianças estão longe de serem sólidas, e as ambições individuais podem minar os planos coletivos do “Sistemão”.
André Moura, por exemplo, tem emplacado disputas contra os próprios integrantes do grupo para tomar comando de partidos em Aracaju, a fim de fortalecer seu projeto político com Yandra, já que tem uma grande deficiência eleitoral na capital, e busca reverter esse cenário.
Apesar disso, temendo as consequências de um rompimento para seu projeto de reeleição em 2026, Mitidieri permanece totalmente alinhado com André, deixando o governo do Estado refém de suas articulações e diversos prefeitos que contribuíram com sua reeleição revoltados.
Com esse ambiente de falta de unidade, o tão almejado acordão do sistema torna-se inviável. Consequentemente, os governistas correm o risco de ficar de fora, mais uma vez, do segundo turno, repetindo o que ocorreu em 2022, quando Mitidieri, mesmo com o grupo totalmente coeso, ficou em terceiro lugar.