Nos últimos dias, Aracaju tem testemunhado uma intensa preparação para as eleições de 2024. São movimentações de todos os vieses, especialmente das lideranças de direita e esquerda, que estão dando os contornos do cenário que veremos até outubro. Aracaju caminha de forma veloz para uma polarização e nacionalização. Lula (PT) e Bolsonaro (PL) medirão suas forças neste ano, num duelo que servirá de termômetro eleitoral para 2026, e isso serve em todas as capitais do país.
Ontem, 18, por exemplo, o dia foi marcado pelo ato de filiação de diversas lideranças direitistas em Aracaju ao Partido Liberal, sigla de Jair Bolsonaro. Entre os filiados estão figuras como a vereadora Emília Corrêa, pré-candidata à prefeitura da capital; Clécia Carvalho, pré-candidata à prefeitura de Nossa Senhora do Socorro; e Lúcio Flávio, pré-candidato a vereador. O evento demonstrou uma mobilização significativa da direita, após o PT ter oficializado sua pré-candidatura e também ter feito grandes movimentos.
No caso da sigla petista, a definição da pré-candidatura aconteceu no último dia 9, com a oficialização do nome de Candisse Carvalho para a disputa na capital, que é uma das prioridades da nacional da legenda, diante das altas chances de chegar ao segundo turno. O partido também já oficializou outros nomes pelo estado, como Cristiano Viana em Simão Dias, Fábio Costa em Arauá, Sizi da Saúde em Japaratuba, entre outros, fortalecendo a retomada de seu protagonismo em Sergipe, para voltar a ditar as políticas públicas.
Com o desenho desse cenário de nacionalização e polarização, onde Lula e Bolsonaro emergem como fortes cabos eleitorais, a disputa em Aracaju se encaminha para um embate no segundo turno entre Candisse e Emília. Isso sugere que os governistas podem ficar novamente fora da disputa, similar ao que ocorreria em 2022, quando Fábio Mitidieri (PSD) ficou em fevereiro lugar.
Vale ressaltar que nas eleições de 2022 na capital sergipana, Lula demonstrou vantagem em ambas as etapas do pleito. No primeiro turno, o petista obteve 176.981 votos, enquanto Bolsonaro alcançou 124.846 votos. No segundo turno, o atual presidente angariou o apoio de 190.875 eleitores aracajuanos, em contrapartida aos 142.489 votos conquistados pelo ex-presidente. Além disso, ambos foram importantes cabos eleitorais para Rogério Carvalho (PT), que, na época, era a maior força de esquerda na disputa ao governo do Estado; e Valmir de Francisquinho (PL), candidato que obteve maior apoio dos bolsonaristas.