Sergipe celebra hoje, 8, seu 204º aniversário de emancipação política, um marco histórico que remonta a 1820. Nesse ano, o então rei do Brasil e de Portugal, D. João VI, assinou uma Carta Régia que autorizou a separação do estado da Bahia, concedendo-lhe autonomia administrativa.
Esse ato foi um reconhecimento da participação ativa de Sergipe na Revolução Pernambucana de 1817, um movimento crucial na luta pela independência do Brasil. No entanto, o processo de emancipação não foi isento de desafios e conflitos.
Após a assinatura da Carta Régia, em julho de 1820, o brigadeiro Carlos César Burlamarque foi nomeado o primeiro governador de Sergipe. No entanto, a resistência das autoridades baianas foi intensa. Burlamarque, que assumiu oficialmente em fevereiro de 1821, enfrentou oposição imediata e foi deposto em março do mesmo ano, quando tropas baianas invadiram São Cristóvão e o levaram para Salvador.
Esse episódio resultou na restauração temporária da condição de capitania anexa para Sergipe. A resistência à nova administração e a influência persistente de figuras pro-cortes ainda eram fortes. No entanto, o desejo de independência estava crescendo, especialmente nas regiões do Sul do Brasil, que buscavam se desvincular das amarras da Corte Portuguesa.
À medida que o Brasil caminhava para a independência, o papel de Sergipe se tornou cada vez mais significativo. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou a independência do Brasil, e a partir de 5 de dezembro de 1822, o imperador confirmou a autonomia de Sergipe, ratificando sua separação definitiva da Bahia.