Agora é para valer: resta apenas uma semana para os eleitores escolherem quais serão seus representantes nos Executivos e Legislativos municipais para os próximos quatro anos. Em Sergipe, a disputa está a todo vapor, com intensa movimentação nos 75 municípios, especialmente na capital, maior colégio eleitoral do estado, em que o grupo governista caminha a passos largos para naufragar já no primeiro turno.
Aracaju
Sem unidade, os governistas enfrentam um cenário cada vez mais desfavorável para as eleições, caminhando para repetir o que ocorreu em 2022, quando não teria chegado sequer ao segundo turno se não fossem os abusos de poder político e econômico. A situação fica ainda pior diante das graves polêmicas que assolam a campanha de Luiz Roberto (PDT).
Semana de pesadelo
Em apenas uma semana, o pedetista foi acusado de torrar dinheiro para compra de votos em bairros periféricos e de coação de servidores para participarem de seus eventos de campanha. No entanto, o episódio que mais tem prejudicado sua imagem é a demissão por justa causa da Petrobras em 2019, resultado de um processo administrativo que o responsabilizou por graves violações, como favorecimento a empresas pertencentes a seu irmão, Téo Santana.
Semana de pesadelo II
A polêmica desestimulou todo o grupo, resultando em uma queda acentuada da já frágil aceitação popular de Luiz Roberto. As informações obtidas pela Realce são de que o governador Fábio Mitidieri (PSD) se irritou em uma reunião da coordenação da campanha do pedetista, que contou com a presença de Jorginho, Edvaldo e Cauê. A insatisfação teria surgido pela falta de conhecimento sobre a gravidade do caso—segundo fontes jurídicas, LR pode enfrentar a inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa— já que quanto o governo do Estado, quanto o município, estão depositando todas suas fichas e investindo a força da máquina na campanha do candidato à sucessão.
Semana de pesadelo III
A Lei Complementar nº 64/1990 prevê que servidores públicos demitidos por justa causa em processos administrativos ou judiciais ficam inelegíveis, salvo se a decisão for anulada judicialmente. No cado de Luiz, desde que foi desligado da estatal, ele tem buscado reverter a decisão por vias judiciais, mas até o momento, sem sucesso. Caso não consiga anular a demissão antes da diplomação, sua candidatura corre o risco de ser barrada pela Justiça Eleitoral.
É a vez das mulheres
Enquanto isso, a disputa pelo segundo turno em Aracaju se intensifica entre duas candidatas bolsonaristas, Emília Corrêa (PL) e Yandra Moura (UB), e a lulista Candisse Carvalho (PT). Esse cenário coloca a capital cada vez mais perto de um marco histórico: o de eleger pela primeira vez uma mulher para a prefeitura.
Mobilização da esquerda
Diante do avassalador avanço da direita, especialmente do bolsonarismo, em Aracaju, tem sido intensa a mobilização da militância, dos movimentos sociais e populares para impulsionar ainda mais a candidatura de Candisse Carvalho (PT), que é a única esperança da esquerda. Inclusive, eles têm se mobilizado para que Lula visite e faça campanha na capital, para alavancar ainda mais a petista na disputa.
Soberba não cai bem
O ex-prefeito Airton Martins (PSD), que outrora liderava as sondagens e demonstrava, com soberba, uma extrema confiança em uma vitória na Barra dos Coqueiros, agora enfrenta um verdadeiro naufrágio, vendo a grande virada de Alberto Macedo (UB), que caminha a passos largos para a reeleição no município.
Soberba não cai bem II
Em Itabaiana, o ex-prefeito Valmir de Francisquinho (PL) também foi acusado de soberba. Ao insinuar que, com a vitória praticamente garantida, não haveria necessidade de fazer novas promessas, sua fala rapidamente ganhou repercussão negativa nas redes sociais. No entanto, seus aliados afirmam que a declaração foi distorcida pela oposição— que tem deixado os situacionistas em alerta nesta reta final— com o intuito de desgastá-lo politicamente.
Disputa no tapetão
Em Socorro, a disputa pela prefeitura está acirrada entre Samuel Carvalho (Cidadania) e Carminha Paiva (Republicanos). E, preocupados com a força eleitoral da deputada—que foi a mais votada na cidade nas eleições de 2022 para a Alese—, aliados do pastor têm buscado formas de tirá-la da corrida. Mas Carminha, alegando ser alvo de perseguição política, reafirmou sua permanência na disputa e anunciou que irá recorrer ao TSE contra a decisão do TRE que manteve a impugnação de sua candidatura.
Solidariedade
Após a rápida repercussão da decisão, socorrenses e diversas lideranças políticas estaduais mostraram solidariedade a Carminha. A prefeita de Lagarto, Hilda Ribeiro (Republicanos), por exemplo, manifestou seu apoio, criticando o machismo que a candidata enfrenta.
Rafaela X Sérgio
E por falar em Hilda, sua candidata, Rafaela (Republicanos), tem intensificado as movimentações e “operações” de campo.
Pesquisas repercutem
As pesquisas do Instituto Gadu, encomendadas e divulgadas pela Realce, têm movimentado ainda mais o cenário político em diversos municípios sergipanos, a exemplo de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro, Lagarto, Japaratuba, Arauá, Poço Verde, Nossa Senhora das Dores, Cumbe, Itabaiana, entre tantos outros.