Se o andar da carruagem permanecer como está neste momento, desde o término das eleições de 2024 em Lagarto, o recém-eleito prefeito Sérgio Reis (PSD) enfrentará uma tarefa árdua já no início de seu mandato, em janeiro de 2025, diante do caos que, aparentemente, a gestão de Hilda Ribeiro (Republicanos) tem tentado instalar após a amarga derrota para o pessedista.
No município, assim como em diversas outras cidades sergipanas onde prefeitos derrotados têm deixado a gestão à mercê, há informações de que a prefeita continua realizando exonerações de servidores, sem aviso prévio e sem garantir os pagamentos ou direitos trabalhistas assegurados.
De acordo com o deputado estadual Ibrain de Valmir (PV), na terça-feira, 29, mais de dez profissionais da saúde foram demitidos, assim como pessoas com contrato válido até 31 de dezembro, por teste seletivo. Ele pediu ação dos órgãos responsáveis pela fiscalização.
“A gente sabe que uma administração quando perde a eleição, ainda tem mais três meses pela frente, quando ainda tem que cuidar do povo. Em Lagarto é o contrário: desde ontem, as creches só atendem até meio-dia, os pais de família vão ter que pedir ou demissão ou pra sair para pegar o filho; se a pessoa adoecer após o meio-dia, tem que esperar dentro de casa porque também os postos de saúde só funcionam até meio-dia; se precisar do colégio, infelizmente a administração está fazendo apenas um turno”, detalhou.
Além disso, as informações também dão conta que a prefeitura enfrenta uma grave crise fiscal, com certidões negativadas há sete meses, impedindo a assinatura de novos contratos e resultando no cancelamento de três deles. E, como se não bastasse, o município foi incluído no Cadastro Único de Convênios (CAUC), bloqueando o acesso a transferências federais e ameaçando a perda de cerca de R$ 5 milhões para projetos essenciais; e entrou na mira da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga o uso de emendas parlamentares, especialmente com relação ao Festival da Mandioca.
Com todos esses problemas, e com o recente concurso público para a cidade marcado por irregularidades, com salários defasados e abaixo do piso para várias categorias, a gestão de Hilda, já bastante desgastada, enfrenta uma rejeição ainda maior nesta reta final.
O próprio Sérgio já utilizou suas redes sociais para denunciar essa situação e prestar solidariedade com os servidores.
Em seu posicionamento, feito também nas redes sociais, a prefeita afirmou que as demissões são parte de um “processo responsável para acolher os aprovados no concurso público”.