A poucos meses para as eleições 2024, os governistas seguem sem um vislumbre positivo para a disputa pela prefeitura de Aracaju, diante da ascensão de nomes femininos com diferentes viés ideológicos e, consequentemente, das chances remotas de permanecerem no poder na capital. Com o tempo correndo contra eles, o grupo está apostando em estratégias para fragilizar as pré-candidaturas das principais ameaças a fim de reverter esse cenário: a vereadora Emília Corrêa (PRD) e a jornalista Candisse Carvalho (PT).
No caso de Emília, favorita na disputa, uma das principais táticas adotadas pelos governistas foi tentar esvaziar seu projeto político. Inicialmente, buscaram captar lideranças aliadas, e agora estão tentando tomar o controle de partidos no estado que apoiam a vereadora, como o PSDB, por exemplo. Posteriormente, o grupo lançou Danielle Garcia (MDB) como pré-candidata a prefeita para depois apresentá-la como vice, visando repetir a mesma estratégia utilizada em 2020. Naquela ocasião, com Katarina Feitoza (PSD), conseguiram captar uma parcela significativa do eleitorado da secretária de políticas públicas para as mulheres, que na época fazia oposição a Edvaldo Nogueira (PDT).
Mesmo já usando essas táticas, ao que tudo indica, os governistas ainda terão que contar muito com suas milícias digitais para tentar chegar ao segundo turno e evitar repetir o fiasco de 2022, quando Fábio Mitidieri (PSD) ficou em terceiro lugar, no primeiro turno, ficando atrás de duas lideranças de direita e esquerda, com Valmir de Francisquinho (PL) e Rogério Carvalho (PT), respectivamente.
Agora, o novo alvo dos governistas é Candisse, em um cenário que apresenta várias similaridades com o pleito passado. Para começar, há o grande favoritismo de Emília, que, assim como Valmir, se consolidou como um verdadeiro fenômeno eleitoral. Por outro lado, a jornalista segue os passos de Rogério, com um amplo apoio da militância e do eleitorado lulista, o que a coloca como uma forte pré-candidata para alcançar o segundo turno e, por essa razão, representa também uma grande ameaça para os governistas.
Cientes disso, os integrantes do grupo deram uma resposta, com o surgimento de ataques direcionados à jornalista nas redes sociais. Entre as táticas está a tentativa de polarizar entre as mulheres de esquerda, especialmente com a advogada Niully Campos (PSOL), que se tornou o primeiro nome feminino confirmado na disputa, a fim de dividir votos, e desfavorecer ambas na corrida eleitoral.
Nas redes sociais, o grupo tem procurado comparar suas trajetórias, ressaltando a história de militância de Niully e tentando descredibilizar Candisse por ser iniciante como pré-candidata. No entanto, a jornalista tem surpreendido e conquistado destaque nos últimos meses, emergindo como uma das figuras mais fortes da esquerda para a disputa até o momento.
Além disso, com a saída em definitivo de Eliane Aquino entre os nomes do PT para o pleito, uma nova estratégia também surgiu, para tentar confundir o eleitor de esquerda. Surgem narrativas sugerindo que membros do PT estariam pressionando Rogério Carvalho a entrar na corrida eleitoral, mesmo após seu apoio à pré-candidatura da esposa. Essa estratégia busca desgastar o nome de Candisse na disputa interna, tratando-a como inexperiente.