Apesar de ainda não ter confirmado sua candidatura, apenas deixando seu nome à disposição do grupo, a deputada estadual Carminha Paiva (Republicanos) já vem incomodando seus oponentes e enfrentando campanhas machistas que tentam deslegitimá-la, caso decida concorrer à prefeitura de Nossa Senhora do Socorro nas eleições deste ano.
Nessa tentativa, os opositores de Carminha buscam criar a narrativa de que o grupo do prefeito Padre Inaldo (PP) está manobrando para colocá-la como pré-candidata da situação. Alegam que Paiva estrategicamente anunciará nas próximas semanas uma união estável com um terceiro para ludibriar a Justiça Eleitoral.
Em uma época em que há um crescente clamor popular pela maior participação das mulheres na política e pela igualdade de gênero, esse tipo de narrativa apenas reforça estereótipos prejudiciais e perpetua o sexismo na esfera política.
No caso de Carminha, ela é considerada solteira, informação que, inclusive, consta no site oficial da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). Porém, setores da imprensa insistem em tratá-la como esposa de Inaldo, o que poderia gerar a impugnação de sua candidatura.
Especialistas na área, no entanto, como já abordado pela Realce, alegam que a parlamentar pode se candidatar e somente será impedida caso seja comprovada a existência ou não de uma possível união estável, com elementos comprobatórios e testemunhas.
No município, Paiva desfruta de uma liderança incontestável. Com vasta experiência, tendo ocupado o cargo de secretária de assistência social por anos, ela é amplamente considerada a favorita nas eleições vindouras. Mesmo diante da união de Dr. Samuel Carvalho (Cidadania) e Fábio Henrique (UB) na oposição, pesquisas internas sugerem que ela mantém grandes chances de vitória. Seu desempenho é evidenciado pelo resultado do último pleito em 2022, no qual Carminha superou significativamente seus adversários, obtendo mais que o dobro dos votos de ambos.
Portanto, em um momento em que mulheres se unem para conquistar maior igualdade na política, como é presenciado em Aracaju com nomes em destaque para as eleições 2024, como Emília Corrêa (PRD), Candisse Carvalho (PT), Danielle Garcia (MDB), Katarina Feitoza (PSD), Niullly Campos (PSOL), Linda Brasil (PSOL) e Yandra Moura (UB), é imprescindível combater imediatamente tais agressões, que são ancoradas no machismo estrutural.