Nas últimas semanas, Sergipe testemunhou uma onda de indignação popular diante das sérias denúncias de que o governo do Estado estaria obstaculizando o funcionamento do Hospital de Amor, em Lagarto, por mero capricho político. Agora, diante da intensa repercussão negativa que abalou sua já frágil reputação, a gestão estadual decidiu reverter sua posição, e, finalmente, os clamores da população foram atendidos, vencendo as ações inescrupulosas do sistema.
Nesta sexta-feira, 8, o presidente da instituição, Henrique Prata, que havia feito a denúncia no final do ano passado durante uma entrevista na Jovem Pan FM, participou de uma reunião ao lado do governador Fábio Mitidieri (PSD) que, anteriormente, havia impulsionado os ataques de seus aliados à unidade hospitalar, e agora deve liberar seu funcionamento.
“Neste encontro, fui informado que o pedido de licença para a Vigilância Sanitária foi protocolado hoje na Secretaria de Saúde. O próximo passo é a avaliação do documento”, disse Fábio. “Quando deputado federal, destinei emendas para o Hospital do Amor e mantenho meu compromisso, como governador, em buscar soluções para agilizar a abertura do Hospital do Amor”, acrescentou.
A polêmica em torno do hospital teve início após Prata conceder a entrevista na qual expôs a batalha da unidade para superar entraves burocráticos e políticos que vem impedindo seu pleno funcionamento. Na ocasião, ele afirmou que o governo de Sergipe estaria impondo obstáculos ao Hospital de Amor, privando milhares de pacientes do acesso a tratamentos essenciais contra o câncer, alegando que, daqui a dois anos, o Estado irá inaugurar o seu Hospital de Câncer.
A revolta da população diante da situação exposta por Henrique ganhou uma enorme proporção no estado, levando a uma mobilização intensa. Lideranças da oposição, como o senador Rogério Carvalho (PT), o ex-prefeito Valmir de Francisquinho (PL) e os deputados estaduais Marcos Oliveira (PL) e Georgeo Passos (Cidadania), se somaram à luta do povo para exigir medidas cabíveis, pressionando o governo a reconsiderar sua posição.