O governo paulista deve ter um prejuízo de R$ 4,5 bilhões com a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que foi concluída nesta segunda-feira, 22.
As ações da Sabesp foram vendidas a R$ 67 cada uma durante a privatização. No entanto, a atual cotação na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) está em R$ 87, resultando em um prejuízo imediato para o estado. Amauri Pollachi, especialista em saneamento e recursos hídricos e conselheiro do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), criticou a transação, destacando que o estado poderia ter lucrado significativamente mais se as ações tivessem sido vendidas pelo valor atual.
“São quase R$ 5 bilhões que o estado poderia ter embolsado se tivesse vendido as ações pela cotação atual”, reclamou Pollachi, que também apontou que a perda pode ser ainda maior.
Um estudo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) sugere que cada ação da Sabesp poderia valer até R$ 103,90, o que implicaria em uma perda de cerca de R$ 8 bilhões ao vender as ações por R$ 67.
Sergipe está prestes a seguir o mesmo caminho. O leilão da Companhia de Saneamento (Deso) está agendado para o dia 4 de setembro. Apesar dos recentes resultados financeiros positivos – registrando um lucro líquido de aproximadamente R$ 46 milhões em 2023, o maior dos últimos 13 anos – o governo do estado insiste na privatização da estatal, disfarçada como uma concessão.
Críticos temem que Sergipe possa enfrentar prejuízos semelhantes aos observados em São Paulo, além de ter a qualidade e a acessibilidade dos serviços também prejudicados, assim como já ocorreu em outros lugares que o saneamento foi privatizado.