A tragédia ocorrida em uma creche de Blumenau, em Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira, 5, causou impacto em todo o Brasil. Isso porque, este tipo de crime, que era uma realidade vista somente nos Estados Unidos, tem se repetido com frequência no país nos últimos anos, o que vem gerando um grande debate a respeito da falta de segurança nas instituições de ensino.
De acordo com uma pesquisa da Unicamp, 36 instituições foram atacadas no Brasil nos últimos 20 anos. No total, foram 24 estudantes, cinco professoras e outros dois profissionais de educação mortos nesses casos. Destes, seis vítimas foram registradas somente no ano passado.
O aumento dos registros tem deixado autoridades cada vez mais preocupadas com a segurança, fortalecendo a movimentação para garantir mais proteção a alunos e crianças.
Desde 2019, a deputada estadual de Santa Catarina, Ana Campagnolo, por exemplo, tem proposto medidas para reforçar a proteção de alunos e professores nas instituições de ensino, mas muito pouco tem sido considerado e levado adiante.
Antes mesmo do ataque de hoje, quando um homem de 25 anos invadiu uma creche, matou quatro crianças e feriu outras cinco, foi protocolado um projeto de lei que apresenta um amplo programa de segurança para as escolas. A parlamentar chegou a solicitar urgência na tramitação. Deputados de outros estados também podem protocolar.
No entanto, apesar de necessária, a medida enfrenta dificuldades, não somente no estado da deputada, mas em todo o país. Em Sergipe, por exemplo, o governador Fábio Mitidieri (PSD) condenou as iniciativas que propõem o aumento de seguranças para controlar o acesso de pessoas às dependências das unidades de ensino.
A declaração foi feita à Carta Capital, após a direção do Colégio Estadual Filipe Tiago Gomes, em Maruim, ter suspendido as aulas diante de ameaças de um suposto ataque na unidade, na última semana.