Após ter exposto que foi vítima de assédio moral e sexual enquanto trabalhava na assessoria da deputada estadual Linda Brasil (PSOL), a ativista Brunna Nunes veio a público, mais uma vez, chamando a parlamentar de insensível, por ter contado “mentiras” a seu respeito, ao tentar contornar a situação após a repercussão negativa sobre o caso.
“Essa nota para mim só reflete o quanto são insensíveis e que na verdade só fui um mero peão, o silêncio dos meus colegas me deixa muito magoada, mas sei da necessidade, pois também aguentei por tanto tempo por isso”, disse a jovem nas redes sociais, em relação à nota divulgada pela assessoria de Linda.
Encaminhada para Realce, um trecho da nota chama a situação de “difamatória e constrangedora”, com acusações “sem qualquer materialidade, algumas propositalmente tiradas do contexto da dinâmica do trabalho, e outras simplesmente não verdadeiras”.
Enquanto que a ativista e ex-assessora reafirma suas acusações, frisando que a narrativa usada na nota visa limpar a imagem da deputada para as próximas eleições. “O que me deixou ainda mais triste, o que mostra que estão apenas visando a imagem dela para eleições disseram que mesmo insatisfeitos com meu trabalho nunca cogitaram me demitir, e isso me derrubou de uma forma muito pesada”, disse.
Brunna cita que sempre desempenhou bem seu trabalho, cumprindo, inclusive, atribuições que não eram delas. Ela ainda conta sobre como o assédio que sofreu no mandato afetou sua saúde mental. “Eu entreguei um atestado médico no trabalho após o ocorrido, desde então comecei tomar remédios controlados além de receber encaminhamento psiquiátrico para evitar que eu tivesse outra recaída. Mesmo com todas as dificuldades, fui trabalhar dopada, tonta, zonza dando de mim todas as forças para não deixar ninguém na mão. Inclusive teve momentos que chegava na alese e o pessoal aguardava eu entrar no meu turno por achar melhor a forma como eu colocava as agendas”, detalhou.
A ativista já havia informado anteriormente que sofreu desrespeito, vindo também de Linda, e que não esperava que vivenciaria isso no seu ambiente de trabalho, ainda mais ao lado de uma pessoa que prega algo totalmente contrário. Ela conta que se sentiu humilhada por diversas vezes, ao ter sua capacidade de trabalho questionada e desacreditada.