Desde seu início, em 2020, a pandemia da covid-19 foi motivo para que gestões, seja a nível municipal, estadual ou nacional, fossem alvo de investigações, principalmente, pela dispensa de licitação e outros processos burocráticos para que houvesse mais agilidade no momento conturbado que devastou todo o mundo.
No interior sergipano não foi diferente. Em Cristinápolis, por exemplo, os vereadores Icaro Hora e Aginerio Silveira promoveram a instauração e estiveram à frente de uma Comissão Parlamentar Especial (CPE), em 2020, afim de investigar os gastos do fundo municipal de saúde do município, além de apurar onde foi investido os recursos oriundos do governo federal para o combate da covid-19.
No entanto, apesar de todo o trabalho realizado parecer um vislumbre das reais funções parlamentares que devem ser feitas, logo as ações tornaram-se suspeitas. A sensação que ficou foi que tudo não passava de uma artimanha do grupo político para encurralar o ex-prefeito, Du de Juca, buscando, claramente, gerar desgaste político e possivelmente conseguir outro benefícios, conforme documentos adquiridos em primeira mão pela Realce.
No relatório, os vereadores alegavam ter identificado várias despesas com indícios de superfaturamento e não execução do objeto contratado, a exemplo da locação de carro de som e contratação de empresas para diversos serviços no período pandêmico. Todas as despesas foram feitas, segundo o documento, sem o devido processo licitatório, para supostamente fazer dispensas e favorecer fornecedores/prestadores de serviço.
Porém, a CPE não seguiu adiante e foi engavetada. O esperado era que o relatório fosse enviado aos órgãos fiscalizadores MPF, PF, TCE e TCU, para que os mesmos tomassem as devidas providencias. Fato que torna toda a manobra dos vereadores extremamente suspeita.
Segundo uma fonte próxima do prefeito, em 2022, os vereadores, liderados por Icaro Hora, o mesmo que presidiu a CPE em 2020, decidiram repetir a cena, só que dessa vez, abrindo uma CPI sem os devidos fundamentos.
A Realce buscou os parlamentares para esclarecimentos, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.